Tuesday, January 30, 2007

Bocados de Nós... Nem Sempre ao Sabor do Momento!

Há dias em que apetece, simplesmente, rendermo-nos, já não encaixamos, parecemos peças de um puzzle que não veio completo, parecemos Quebra-Cabeças loucos cheios de segredos por desvendar, de sonhos por realizar, responsabilidades e promessas por cumprir!

Parecemos Homens e Mulheres anestesiados com a vida em que tudo se repete e nem sempre nos satisfaz, mas, depois, quando as coisas deixam de fazer sentido e tentamos descrever/viver o que nos vai na alma, ou seja, quando nos passa a anestesia e passamos a viver tudo a Sangue -Frio, logo desistimos e, já não queremos mudar assim tanto a rotina de que nos queixamos. Compreensível?!...Afinal, quando passa o efeito da Anestesia, há dores insuportáveis ou que não queremos suportar....

Depois...torna-se um ciclo vicioso...porque as dores também provocam tristezas...e, como não queremos embarcar na tristeza, pois todos sabemos que é como deslizar de patins numa encosta com um fim perfeitamente previsível, decidimos adiar.

Torna-se importante, então, anestesiar outra vez, até porque, nem sempre, nos podemos dar ao luxo de "curtir" o sofrimento, de descobrir algo novo com as crises existenciais.
Às vezes, é preciso adiá-lo porque valores mais altos se levantam e se não são correspondidos à altura da exigência com que sempre nos apresentamos e nos conhecem...tudo se desmorona...

Afinal, estamos em pleno palco da vida, representar vivendo, é o nosso papel, como outro qualquer papel que desempenhamos, tão bem, quanto possível, e que impomos a nós mesmos.
Depois, deixamo-nos invadir de sonhos, de desejos e tudo tem sentido, porque o que fazemos é "ilusoriamente" feito por eles...

Às vezes...ou muitas vezes, apetece-nos render ao desejo de concedermos a nós próprios, o privilégio de ousar viver intensamente, de dar voz, corpo e vida aos nossos pensamentos e desejos mais secretos...apetece-nos render ao desejo de aprender a não oferecer resistência a tudo isto, por mais cruel ou doce que se possa tornar...às vezes ...muitas vezes, apetece-nos render à infinita coragem e sabedoria dos que se sabem deixar Amar...

No fundo, bocados de nós que nem sempre vivem ao sabor do momento...

Wednesday, January 24, 2007

Dilemas do Amor!

Quem não já sentiu o amor a fugir algumas vezes, outras a agonizar debaixo dos nossos olhos como "um pássaro ferido" e, morrer ali mesmo, sem que pudessemos fazer nada para o salvar?

Este pode ser um dos dilemas do amor (deixar fugir, deixar morrer), não importa o que se segue, as nossas atitudes, os nossos egoísmos, afinal, o fim último, é que ele, o amor, vai mesmo deixar de existir.

Quantas vezes...ouvimos frases deste tipo..."lutar até ao fim para ficar ao lado (ou com) aquela pessoa..."; "Dei tanto, não aceito que acabe"; "não sem antes..." qualquer coisa, já todos sabemos.

Sempre acreditei que o amor é darmos aos outros o nosso melhor, sem sequer o saber... e que, tudo o que damos, não se perde, nunca se perde, apenas se tranforma em alguma coisa que só o futuro ou o destino conhece e desvenda.

Gostar de alguém, é querer ver essa pessoa bem!
Banal? Talvez...

Mas vou ousar cotinuar...

Gostar de alguém, é saber deixa-la ir, se por, qualquer motivo, não está bem ao nosso lado, é deixá-la viver aquilo em que acredita, é dar-lhe oportunidade dessas vivências,...é, dar-nos oportunidade de não ter ao nosso lado, alguém acomodado com a vida, com medo de arriscar com o destino, com medo de procurar sempre ser feliz...é, consequentemente, não termos ao nosso lado, alguém que já não pode, não sabe ou não consegue fazer-nos feliz...

Gostar de alguém é também prescindir...quem sabe se para sempre...
Gostar de alguém é também esperar...claro está...sem falsas promessas ou certezas, de que ao se ir, tudo o que fica está salvaguardado.

É importante ter sempre presente que aqueles que ficam, descobrem outras tantas coisas, crescem e desenvolvem projectos de vida de outras tantas formas, voltam a viver com mil e uma novas certezas...

O processo é tão válido...como o imprevisível resultado.
Arrisco mesmo em dizer,...que é neste prescindir esperando, que diferentes caminhos se perspectivam e diferentes opiniões se cruzam.

Para uns, pode ser o local exacto onde começa o amor, agora cheio de certezas, para outros, o momento derradeiro de uma grande história de amor.

Friday, January 19, 2007

A Insustentável Leveza do Silêncio

Às vezes, é no meio do silêncio, que descubro afinal quem eu sou... assim era, tantas vezes, com esta canção, de Maria Guinot, que, em tempos, alguém me preparava para dormir...

Curioso,...ouvi recentemente esta canção e, desde então, dou comigo, a ouvi-la e a perder-me naquele aflitivo grito "e troco a minha vida por um dia de ilusão....e troco a minha vida por um dia de ilusão...

A Insustentável Leveza do Silêncio,...onde procuro a História daquilo que eu sou, onde procuro cá dentro, um lugar a salvo, onde possa refugiar-me, para onde correr, quando nada parece fazer sentido, quando se fica sem saber o que fazer... quando se fica mais perdido...

É na Insustentável Leveza do Silêncio que escolho para onde vou, onde procuro um tempo, um espaço, onde possa demorar, onde me possa refazer do que a vida me vai fazendo...

Oh Silêncios que nos obrigamos a ter e que nos fazem desesperar, que nos fazem gritar "e troco a minha vida por um dia de ilusão...e troco a minha vida por um dia de ilusão..."

Silêncio e Tanta Gente é o tema...quantas vezes?
Tanta gente...tantos silêncios...

E não é assim?
Rodeados de gente, a representar aquilo que aprendemos e que sempre quizemos ser?...
E, depois...é no meio dos silêncios que vivemos a história daquilo que somos!

E é na Insustentável Leveza do Silêncio que me apetece dizer....
Que os silêncios encerram o mais profundo dos mistérios, tentar desvendá-los, é provocar loucuras, tentar evitá-los é privarmo-nos de momentos de sanidade, é privarmos de nos conhecermos.